“Campilhas Internacional” é este o nome do projeto que a companhia de teatro “Mala Voadora” criou para o concelho de Santiago do Cacém, com o apoio da Câmara Municipal e de vários parceiros locais, nacionais e estrangeiros.
Esta iniciativa, apresentada ontem, dia 4 de novembro, na Sala de Sessões do Município, estende-se ao teatro radiofónico, espetáculos, formação, residências artísticas, entre muitas outras, destinadas ao público em geral, mas com especial atenção à população escolar e sénior. Mas não será efémero, este projeto deixará raízes para o futuro com a construção de um complexo que engloba a vertente cultural e de criação artística, mas também turística, trazendo a atividade criativa da Mala Voadora para o Alentejo.
Do programa da Mala Voadora está já em curso a atividade “Tempo de Antena”, com folhetim radiofónico “Rádio Confidencial”, escrito por Alex Cassal, com a colaboração dos utentes dos Centros de Dia de São Domingos, Vale de Água, Cercal do Alentejo e Alvalade.
Para os mais jovens há “RADIOATIVIDADE” que irá percorrer as escolas de Cercal do Alentejo, Alvalade e Ermidas – Sado. A iniciativa tem programada a transmissão mensal de peças originais de teatro radiofónico e aulas extracurriculares semanais. O espetáculo “Antiprincesas – Carolina Beatriz Ângelo”, de Cláudia Gaiolas, e um espetáculo anual criado a partir de textos de vários autores escolhidos pelos alunos.
A companhia tem programa a apresentação de vários espetáculos teatrais para as escolas, Centros de Dia e o público em geral. A criação de um grupo de teatro amador local, de um projeto performativo destinado a desempregados locais de longa duração. A criação, também, de um programa internacional concebido com parceiros noruegueses, islandeses e portugueses que passará por residências artísticas, no Município de Santiago do Cacém, que resultará na apresentação para a população em geral.
O Presidente da Câmara Municipal, Álvaro Beijinha, salientou que esta é uma iniciativa “importante e enriquecedora” tendo em consideração “as provas dadas” pela companhia Mala Voadora. Para o autarca este projeto “é diferenciador não só para o nosso concelho e região, mas para o país, ao aliar a cultura e o turismo.” Álvaro Beijinha sublinha, ainda, a importância de “levar as propostas culturais às zonas do interior do concelho, pensadas para as crianças e idosos.” Numa “nova vertente” que se junta à oferta cultural já desenvolvida no concelho quer pela Câmara Municipal, como por entidades locais.
A Vereadora com o Pelouro da Cultura, Sónia Gonçalves, sublinhou que o projeto da Mala Voadora irá “valorizar o território”, e que a oferta cultural que apresenta “pode mexer com outros setores” do nosso Concelho. A Autarca afirmou que conhece “bem a realidade dos meios rurais cujo isolamento não é apenas territorial, há, também, um isolamento cultural. Por isso estas crianças ao terem a oportunidade de trabalhar dramaticamente textos de autores como o Afonso Cruz ou o Gonçalo M Tavares vão enriquecer as suas vidas deixando sementes para o futuro”.
Plantar esta ideia em Campilhas “surgiu da necessidade de encontrar outros contextos para desenvolver a nossa prática artística,” explicou Jorge Andrade da Mala Voadora. Com esse objetivo “entramos em diálogo com a Câmara Municipal de Santiago do Cacém também para sabermos que prática faria sentido neste território. Surgiu assim a proposta de desenvolvermos a nossa atividade com os idosos e as crianças.”
Mas o “Campilhas Internacional” tem mais objetivos, nomeadamente o de a Mala Voadora “ter infraestruturas onde poderia desenvolver as suas atividades no Alentejo, mas também receber outros artistas nacionais e estrangeiros”. Desta forma avançou com a primeira fase da construção do Centro de Residências Artísticas com a concretização do grande auditório que é “uma necessidade que as companhias nacionais e estrangeiras têm para desenvolverem e ensaiar os seus espetáculos”.
Jorge Andrade sublinhou que com este projeto pretendem “ir ter com as pessoas, fazer parte do seu quotidiano e estabelecer uma relação que depois se irá transformar em algo criativo para apresentarmos ao público.”
O programa durará dois anos sendo financiado pelo fundo internacional EEA Grants, vindo mais tarde a articular-se com o Centro de Residências Artísticas, financiado pelo Portugal 2020, que a companhia está a construir na Barragem de Campilhas, apropriadamente chamado “Campilhas Internacional”.