Adriano Leite de Vasconcelos vai estar na Biblioteca Municipal de Palmela no dia 22 de janeiro, às 17h00, para apresentar o seu recente romance “Ademar – Aventuras de um Degredado nas Colónias”.
O autor nasceu em Moçambique, Beira, em 1957, e completou a licenciatura em Inglês, Relações Internacionais e Francês na Universidade de Witwatersrand (África do Sul), em 1983. Tem trabalhado a maior parte da sua vida como tradutor, em várias instituições internacionais.
A sessão de apresentação do livro, organizada pela Câmara Municipal de Palmela, decorrerá de acordo com as regras da DGS em vigor. Mais informações/inscrições através do número de telefone 212 336 632.
Sinopse
«Ademar nasce entre o regicídio e a implantação da República, perde o pai na 1.ª Guerra Mundial e vai para a Casa Pia, em Lisboa, onde completa o curso de sargentos, simultaneamente com a subida do Marechal Gomes da Costa ao poder e a instauração da ditadura militar. Sem emprego ou perspetivas numa sociedade pobre, 70% analfabeta e com a dívida nacional a aumentar diariamente, junta-se a protestos, torna-se reviralhista, é preso e degredado para Cabo Verde aos 17 anos e, mais tarde, Macau e Moçambique.
Viajando entre as várias colónias do império, é Moçambique que ama e onde tem diversas ocupações - incluindo caçador profissional - enquanto constrói uma considerável prole e uma rede de camionagem, transporte de passageiros e cantinas de sul a norte, em constante luta contra os elementos, doenças, animais perigosos, perseguição pelas várias polícias de Estado, chefes tribais de interesses opostos e a guerra colonial.
Os seus 18 anos incitavam os seus subordinados - especialmente os vindos de Lisboa e Porto - a minar a sua autoridade, com situações de aberta desobediência. Rapidamente, intuiu que os moçambicanos formavam o segmento de subordinados que melhor compreendia a vulnerabilidade da sua situação e mais o apoiava, porque eles próprios se sentiam fora do seu elemento e vulneráveis. O instinto de sobrevivência fê-lo desenvolver uma relação próxima com aqueles homens atléticos e pujantes, respeitosos mas ciosos das suas tradições e hábitos, como comer com os dedos em vez de usar talheres».