Ao longo desta manhã, numa das salas do Pavilhão Multiusos de Montalegre, foi apresentado publicamente o projeto "Fumeiro e Presunto de Montalegre - Qualificar, Diferenciar e Posicionar”. Este projeto junta cerca de 70 produtores e dá continuidade a um primeiro projeto que deixou raízes importantes para os agentes da fileira.
A ação, promovida pela Associação dos Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã (APFTFB), contou com a presença do vice-presidente do município de Montalegre, David Teixeira. Realça-se que este projeto está previsto até fevereiro de 2023.
O projeto junta a tradição à especialização e aos altos padrões de qualidade, incentivando os produtores a uma maior especialização técnica, qualificação e a uma aposta na comercialização e comunicação. Este divide-se em três ações centrais:
– Primeiro serão dinamizadas um conjunto de ações de capacitação individuais aos produtores que visam sensibilizar e qualificar os produtores para as vantagens e oportunidades da implementação da certificação IGP.
– A segunda ação tem como objetivo a valorização do fumeiro e presunto de Montalegre. Para este efeito, serão realizadas ações de capacitação conjuntas para sensibilização e informação dos produtores.
– Na terceira ação estão previstas uma série de iniciativas para reforçar o posicionamento destes produtos de excelência no país, nomeadamente, a presença em feiras nacionais e um reforço na promoção digital.
Outra das novidades que se divulga é a campanha "Fumeiro e Presunto sobre Rodas" que irá decorrer nos locais turísticos e emblemáticos da cidade do Porto, com o objetivo de dar a conhecer a singularidade dos produtos e do seu processo de fabrico tradicional junto de potenciais consumidores urbanos.
David Teixeira | Vice-presidente da Câmara de Montalegre
«Estamos perante um projeto que vem acrescentar uma marca e uma denominação de origem protegida que abre o caminho para que se possa valorizar, economicamente, o produto e trazer uma maior rentabilidade aos produtores. Dá, também, uma maior confiança técnica aos consumidores. É importante que as gerações mais novas vejam neste produto local uma oportunidade de desenvolver novas empresas. O fumeiro e a transformação agroalimentar ainda têm espaço para mais criatividade. Recordo que já existiu uma candidatura de meio milhão de euros, feita pelo município e pela Associação de Produtores de Fumeiro, para que todos os produtores, durante um período de tempo, fossem acompanhados, fossem feitas análises aos produtos no sentido de haver um rastreio total daquilo que é gordura, quantidade de sal e outros ingredientes que influenciam a imagem e qualidade final do produto. Acreditamos que em janeiro iremos ter a feira física. Feira do Fumeiro irá haver sem dúvida nenhuma. Os moldes ainda é cedo para serem definidos.»
Boaventura Moura | Presidente da Associação de Produtores de Fumeiro da Terra Fria Barrosã
«Se formos sinceros, a pandemia mexeu com a Feira do Fumeiro. E mexeu no sentido positivo porque apareceu a plataforma digital que possibilitou outras vendas. Vendemos praticamente para todo o Mundo. Daqui para a frente, nunca mais será igual. Vai sempre ser melhor. Vamos fazer as matanças dos suínos mais intercaladamente. Vamos começar mais cedo e acabar mais tarde, no sentido de haver fumeiro para a feira física e para as vendas online. O ano passado vendia-se mais, caso tivéssemos feito mais fumeiro. Com este projeto, queremos obter a certificação do presunto a partir das raças autóctones. Têm que ser porcos que tenham aptidão para presunto e para enchidos. Não podem ser abatidos com menos de oito meses de idade.»