A edição de estreia do CLIT – Cinema em Locais Inusitados e Temporários, festival com a marca Festroia, terminou ontem, no Auditório Bocage, com a cerimónia de entrega de prémios e uma homenagem a Paulo Trancoso.
Mais de noventa filmes estiveram em exibição, de 8 a 17 de outubro, em diversos locais da cidade, no novo festival cinematográfico de Setúbal, certame organizado pela Associação Cultural Festroia, com o patrocínio principal da Câmara Municipal, que contou com duas secções competitivas.
O júri analisou as películas a concurso nas secções “Descobre-o!” e “Ativa-te!” e entregou prémios de melhor filme, melhor realização, melhor ator e melhor atriz a curtas e longas-metragens da Europa, da América e de África.
A longa-metragem “Algo sobre uma mulher”, dos argentinos Mariano Turek e Luján Loioco, e a curta “Parêntese”, de Denis Larzillière, foram distinguidos como melhores filmes da secção “Descobre-o!”.
“Parêntese” ganhou também o prémio de melhor atriz para a francesa Maud Givert, enquanto o prémio de melhor ator distinguiu o marroquino Hassan Richiou, pela participação na longa-metragem “Oliver Black”, de Tawfik Baba.
O alemão Davi.in venceu o prémio de melhor argumento pela curta “Sonho/Vida”, e Elvira Lind foi escolhida na categoria de melhor realizador pela direção da curta-metragem “A sala da correspondência”.
Na secção “Ativa-te!”, o prémio de melhor curta-metragem foi para “Teo”, dos chilenos Eduardo Bunster e Belén Abarza, e o de melhor longa coube à produção “A fuga”, do dinamarquês Jonas Poher Rasmussen.
O público também teve uma palavra a dizer na escolha dos melhores filmes a concurso, em ambas as secções, na categoria “Ainda bem que vim”.
Os espetadores consideraram que a melhor longa-metragem foi “A sabedoria do trauma”, de Maurizio e Zaya Benazzo, e a melhor curta “Quando vem da terra”, de Kati Egely, ambas da secção Ativa-te!, financiada pelo Programa Cidadãos Ativ@s/EEAGrants, fundo gerido em Portugal pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela Fundação Bissaya Barreto.
A cerimónia de entrega de prémios da primeira edição do CLIT – Cinema em Locais Inusitados e Temporários incluiu uma homenagem a Paulo Trancoso, atual presidente da Academia Portuguesa de Cinema, pelo seu percurso cinematográfico e ambiental.
O novo festival cinematográfico, criado com a marca Festroia, proporcionou sessões gratuitas para o público com uma seleção de noventa filmes de quarenta países, incluindo estreias mundiais e candidatos aos Óscares.
O CLIT partilhou o prazer da cinematografia numa viagem por vários géneros, do romance à comédia e ao suspense, repartidos em três secções distintas, concretamente “Estimula-te!”, “Ativa-te!” e “Descobre-o!”.
A secção “Estimula-te!”, com lugar cativo na Casa da Baía, deu a conhecer uma seleção de primeiras obras de realizadores nacionais e estrangeiros, agrupadas em animação, artes plásticas, beleza e aceitação, novos valores russos e curtas realizadas por homens e da autoria de mulheres.
A secção “Ativa-te!”, com sessões no campus do Instituto Politécnico de Setúbal que incluíram exibições de filmes seguidas de debates esteve centrada em temáticas sociais e ambientais, tais como proteção dos oceanos, saúde mental, direitos das mulheres, refugiados, ação climática, agroecologia e impactes da robótica e da inteligência artificial na sociedade.
Já a secção “Descobre-o!” conduziu o público, através de dicas reveladas no site do festival, à descoberta dos locais onde foram exibidos os filmes.
O CLIT contou ainda com masterclasses de cinema, debates, artes plásticas e dança.