A capacidade de Setúbal para acolher e integrar todos os que procuram o concelho para viver e trabalhar foi destacada este sábado pelo presidente André Martins na apresentação de um livro biográfico sobre o médico Francisco de Paula Borba.
“Francisco de Paula Borba – Vida e Obra 1872-1934” escrito por Francisco Moniz Borba, neto do médico e benemérito açoriano, relata os principais aspetos da biografia de um homem que apesar de não ter nascido em Setúbal dedicou a maior parte da sua vida a ajudar os setubalenses.
“Quero valorizar um homem que, vindo de outras paragens, muito deu à nossa cidade e nela deixou marcas bem mais perenes do que apenas a rua a que dá nome na baixa. Um homem que, ainda que não tenha nascido na nossa cidade, se transformou num dos mais ilustres setubalenses de que temos memória”, disse André Martins na sessão realizada sábado à tarde no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
O autarca evidenciou este aspeto da biografia de Francisco de Paula Borba, que tendo nascido em Angra do Heroísmo a 24 de março de 1873 veio viver para Setúbal com 25 anos e aqui viria a falecer em 1934, para realçar a capacidade da cidade sadina para “acolher todos os que nos procuram, todos os que para aqui vêm pelas mais variadas circunstâncias da vida”.
Esta capacidade de acolher e de integrar tem sido, ao longo dos tempos, “fundamental” para o crescimento de Setúbal como cidade e comunidade, de que são exemplos, aponta André Martins, as migrações do século XX provenientes do Algarve, da Murtosa e do Alentejo.
“Todos, como Francisco de Paula Borba, aqui foram bem acolhidos. Todos aqui convivem em paz. O mesmo acontece com as comunidades migrantes vindas de países de leste e do Brasil já neste século XXI, que tão bem aqui acolhemos e que tanto continuam a contribuir para o enriquecimento da nossa cidade e do país.”
O livro “Francisco de Paula Borba – Vida e Obra 1872-1934”, apresentado por Francisco Moniz Borba numa sessão que também contou com intervenções de Fátima Medeiros e do historiador Diogo Ferreira, “dá mais um contributo para um melhor conhecimento da nossa história coletiva enquanto cidade e enquanto milenar comunidade”, salientou André Martins.
Além da homenagem ao “ilustre setubalense” que foi o médico Paula Borba, o presidente da Câmara Municipal de Setúbal evocou o neto Francisco Moniz Borba como “homem destacado na nossa comunidade que tudo tem feito para, por via da sua participação cívica e cultural, valorizar Setúbal”.
Nascido a 24 de março de 1873 em Angra do Heroísmo, Açores, Francisco de Paula Borba chegou a Setúbal com apenas 25 anos, em 1898.
No ano seguinte começou a exercer as funções de médico no hospital da Misericórdia onde se ofereceu para trabalhar gratuitamente, iniciando uma longa dedicação à Santa Casa da Misericórdia de Setúbal, onde foi impulsionador do assistencialismo e provedor entre 1 de julho de 1917 e 26 de setembro de 1934, data em que faleceu.
Em 1927 torna-se a primeira pessoa a receber a distinção de cidadão honorário de Setúbal e quatro anos depois foi condecorado pelo então Presidente da República, Óscar Carmona, com o grau oficial da Ordem de Benemerência.