Um dos mais antigos suplementos literários na história da imprensa portuguesa, o “Prisma de Cristal”, inserido no jornal “A Voz de Loulé”, entre 16 de outubro de 1956 e 15 de fevereiro de 1959 e criado pelo poeta louletano Casimiro de Brito, vai ser apresentado em edição fac-similada, nesta sexta-feira, na Casa do Meio-Dia, espaço da editora Sul, Sol e Sal, em Loulé. Esse suplemento esteve na origem de um dos mais importantes movimentos literários do final século XX, gerando vultos da maior importância na Literatura portuguesa.
A apresentação pública da reprodução do já histórico “Prisma de Cristal” tem sido adiada devido à pandemia, pelo que só agora se concretiza no âmbito da Bienal Human XXI, iniciativa cultural da Câmara Municipal de Loulé. Na sessão, farão intervenções o Professor Catedrático Pere Ferré, e o poeta, ensaísta e crítico literário António Carlos Cortez, autor do texto introdutório da edição. Presente também na sessão a diretora de ‘A Voz de Loulé’, Nathalie Dias.
A reedição fac-similada é uma homenagem a Casimiro de Brito, criador e dinamizador da página literária verdadeira semente da Poesia contemporânea que germinou em Loulé. Casimiro de Brito tinha na altura 18 anos. Hoje tem 83. E vai estar presente neste evento.
Naquele suplemento de “A Voz de Loulé”, jornal fundado em 1952 que ainda hoje existe, publicaram dezenas de poetas oriundos do Algarve e de todo o País, de Espanha, de África ou do Brasil. Jovens e consagrados. António Ramos Rosa, Emiliano da Costa, Fernando Midões, Afonso Cautela, Maria Rosa Colaço, Eduardo Olímpio e António Cabral são alguns dos nomes mais conhecidos.
Casimiro de Brito dirigiu igualmente em Faro a coleção de poesia “A Palavra” e, depois de passar por Londres, dirigiu com Ramos Rosa os Cadernos do Meio-Dia, onde se revelaram os poetas do movimento Poesia 61. Condecorado com a Ordem do Infante pelo Presidente da República Portuguesa, Casimiro de Brito foi também vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores e presidente do P.E.N. Clube Português.