A Fundação Bracara Augusta em parceria com o Museu D. Diogo de Sousa e a Direção Regional de Cultura do Norte, tem agendada para dia 10 de fevereiro pelas 10h00 no Museu D. Diogo de Sousa, mais uma “Conversa no Museu” inserida no Ciclo de Encontros com o Património.
Esta sessão dará continuidade à apresentação das principais obras-primas da Coleção Bühler-Brockhaus e será dinamizada pelo Professor Doutor Rui Morais da Universidade do Porto, arqueológo e reconhecido especialista internacional em arqueologia do período clássico.
Como se tem assistido ao longo das últimas sessões várias são as obras de destaque em mármore e em bronze da coleção Bühler-Brockhaus. Nesta próxima sessão, irão ser abordadas obras em terracota e vasos em cerâmica. Píndaro, um dos maiores poetas gregos, referia-se a este tipo de objetos, “endurecidos ao fogo”, e Ateneu, destacou em particular as produções áticas, mencionando-as como “objeto de elogio”.
Os bustos de deuses e as cabeças votivas em terracota, fazem lembrar as imagens cultuadas e oferecidas nos santuários dos dias de hoje. Seguem-se uma máscara de sátiro e de um velho sileno, seres híbridos e demoníacos, ambos acompanhantes do cortejo de Diónisos, o deus do vinho. O seu sorriso parece ser um expediente para indicar o êxtase misterioso e a excitação ritual. Não menos interessante é uma placa, também em terracota, decorada com um exuberante motivo vegetal que fazia parte da ornamentação de um templo ou de um edifício público ou privado, e que se destaca pela simetria da ornamentação e a mensagem simbólica e bucólica, que alude ao crescimento, à fecundidade e à prosperidade.
Meritórios de destaque são alguns vasos com formas distintas e funções variadas, na sua maioria associados ao tema do simpósio, às festas de bebedores realizadas depois dos banquetes. Da ática provém um jarro (oinochoe) decorado um dos maiores heróis gregos, Hércules, lutando com um deus marinho, o Tritão, luta essa presenciada por duas Nereides, ninfas marinhas gentis e generosas que fogem assustadas. Revelando o gosto do casal, Hans-Peter Bühler e Marion Bühler-Brockhaus, são de especial interesse artístico alguns vasos produzidos na Magna Grécia, o território do sul da península Itálica, colonizado pelos gregos no âmbito da sua diáspora: um monumental e magnífico kratêr apúlio de volutas, profusamente decorado com temas da mitologia clássica, um kratêr de sino produzido na Campânia com tema Dionisíaco, e dois outros vasos de origem pestense, designadamente um krateriscos com uma interessantíssima representação de um ator de uma sátira ou comédia e uma kylix (taça) com o interior decorado com o jovem Diónisos, curvado sobre a sua esposa, Ariadne. Termina a sessão com uma das obras primas da coleção: um cálice votivo etrusco, provavelmente originário da zona do rio Tibre, nas proximidades de Veios, e que se destaca por apresentar uma muito rara e importante inscrição, interpretada como provável sacralização à deusa Luz.
As inscrições são limitadas ao máximo de 20 pessoas, a confirmar junto da Fundação Bracara Augusta, sendo a iniciativa transmitida em live streaming com emissão na página de facebook da Fundação Bracara Augusta e do Museu de Arqueologia D.Diogo de Sousa, onde estão a iniciativas anterior.