Nas camas, crianças e pais dormem, ou fingem, ou sonham, ou apenas vivem as histórias de ontem, e de hoje, cheios de horror, fúria e medo. O corpo do avô juntou-se ao de uma criança, dentro do armário proibido, e no escuro, a autodefesa torna-se a autoeliminarão familiar. É então que o estrangeiro aparece, empurrando sorrateiramente a porta, e entra, como um diabo negro, há tanto aguardado... junto à lareira tudo esfumaça!
“O Estrangeiro em Casa” de Richard Demarcy é encenado por Paula Sousa, que pretende criar um espetáculo inquietante, mas divertido, num universo absurdo, excêntrico, surreal. “Uma fábula burlesca e trágica, escrita a partir de muitos acontecimentos reais da sociedade francesa contemporânea. Numa época em que o medo e a recusa xenofóbica do outro vai ganhando muitos seguidores.” (R. Demarcy) São recorrentes em Portugal práticas relativas à tensão entre o nativo e o estrangeiro, o imigrante ou o refugiado; entre os que reclamam primazia no acesso aos bens sociais e os que, na sua diferença étnica, cultural, religiosa, resultam diabolizados pela desconfiança e pelo medo.
Texto de Richard Demarcy.
Tradução e Adaptação de Luís Vasco.
Encenação de Paula Sousa.
Com Alberto Magassela, Ana Landum, Fernando Gomes, Isabel Ribas, Jorge Estreia, José Nobre, Paula Sousa, Tiago Ribas.
No Grande Auditório do Fórum da Maia, quinta-feira, 21 de setembro, às 21h30, para M/12 – 120M, com entrada livre.