Mesmo sem a realização dos tradicionais desfiles carnavalescos de rua devido ao contexto pandémico que se verifica, Torres Vedras não deixa de assinalar a época de Entrudo, com a tradicional sátira ao panorama político nacional que é característica do “Carnaval mais português de Portugal”.
Essa sátira pode ser observada no Monumento ao Carnaval de Torres Vedras deste ano, a qual está patente desde o dia 5 de fevereiro no espaço público central da cidade de Torres Vedras, mais concretamente na Praça da República.
De referir que em 2022 o Monumento que marca a época de Entrudo em Torres Vedras tem como elemento central o “AeroVacina”, "veículo inovador e versátil", que aterrou “com toda a tranquilidade e prudência. A viagem ocorreu aos comandos da piloto Laura Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, que depois de um voo atribulado, já pode descansar, com sentido de missão cumprida.
Todavia, esta aterragem só foi bem-sucedida graças à assistência e coordenação das manobras em terra da taska-force-toda Almirante Gouveia e Melo, que por meio da sua resiliência e eficácia finalizou a operação com toda a segurança em tempo record", segundo se pode ler na memória descritiva do referido monumento.
Por outro lado, nas proximidades do “AeroVacina” pode observar-se que os cabeçudos do Carnaval de Torres Vedras “foram substituídos por outros cabeçudos”, alguns deles com grandes semelhanças a indivíduos da política portuguesa – “o Berardo, o Cabrita e o presidente Marcelo”.
Também nas proximidades do “AeroVacina” pode observar-se “Sócrates”, que “mascara-se de Pinóquio e brinca com uma marioneta Juiz Ivo Rosa que dá golpes mortais na nossa justiça”.
Ao seu lado está “Costa”, que “personifica a máscara tradicional do velho montado na velha, mas à sua maneira: montado no Zé Povinho, para que este nem no Carnaval se esqueça do peso da carga fiscal, com uma grande dose de resiliência. São só mais 4 anos de cavalgadura”.
Mais perto do “AeroVacina”, “a Graça Freitas e a Marta Temido brincam em sintonia em cima de dois vírus, acessórios comprados numa loja dos chineses, continuando a improvisar atrás de cada improviso. Ricardo Salgado goza mais umas férias, no seu luxuoso banho, intocável à conta do seu amigo Alzheimer”.
Por fim, “não podiam faltar vendedores ambulantes como é tradição, mas o improvável acontece: André Ventura mascarado de cigano vende numa banca t-shirts contrafeitas dos seus “amigos” Ricardos [Araújo Pereira e Quaresma]”.
É desta forma que em Torres Vedras é satirizado o panorama político nacional, num cenário que pode ser observado até ao início de março.