Vai ser assim a partir do dia 17 de fevereiro do próximo ano até 14 de fevereiro de 2024, segundo anúncio feito dia 2 de março passado, no Centro de Artes e Criatividade, na sessão de apresentação do plano relativo à comemoração do Carnaval de Torres Vedras.
Nessa sessão, na qual estiveram presentes elementos ligados à realização do Carnaval de Torres Vedras, nomeadamente membros de associações carnavalescas, bem como do executivo municipal de Torres Vedras e do conselho de administração da empresa municipal Promotorres, foi também referido que até setembro deste ano será aprovado em reunião de Câmara o programa definitivo das comemorações do Centenário do Carnaval de Torres Vedras.
Desse programa constarão, segundo anunciou Rui Brás (diretor do Centro de Artes e Criatividade), na referida sessão: a realização de cerimónias oficiais e a comemoração de momentos relacionados com a história do Carnaval de Torres Vedras; a edição e a divulgação de textos histórico-científicos e a promoção de debates e conferências sobre o Carnaval; a organização de exposições e manifestações artísticas dedicadas ao Carnaval; a realização de intervenções marcantes no espaço público, de carácter urbanístico, cultural e artístico; a realização de iniciativas festivas de carácter popular; a realização de iniciativas que envolvam a participação das instituições do sistema educativo; e a homenagem pública aos principais intervenientes, organizadores, promotores e divulgadores do Carnaval de Torres Vedras nos últimos 100 anos.
Também segundo o diretor do Centro de Artes e Criatividade, equipamento municipal que tem como missão o estudo e a valorização do Carnaval de Torres Vedras, o programa comemorativo do centenário deste evento assentará nos seguintes objetivos: assegurar a divulgação efetiva e tão ampla quanto possível do Carnaval de Torres Vedras; mobilizar todos os torrienses para a importância identitária, social, histórica, económica e cultural do Carnaval de Torres Vedras; contribuir para que este evento, entendido como expressão máxima da criatividade da comunidade torriense, seja uma âncora de desenvolvimento de práticas artísticas da população do concelho de Torres Vedras, de qualificação da oferta cultural e lúdica local e de valorização do património sociocultural local; assegurar a preservação do património artístico e cultural do Carnaval torriense, conservando e divulgando o acervo relacionado com esta festividade e salvaguardando o Carnaval de Torres Vedras enquanto património cultural imaterial; promover o estudo e a investigação acerca da temática do Carnaval; e perspetivar formas de perpetuação da tradição do Carnaval de Torres Vedras e refletir acerca de transformações que assegurem a sua continuidade enquanto festa comunitária, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Segundo referiu ainda Rui Brás na sessão de apresentação do Plano para as Comemorações do Centenário do Carnaval de Torres Vedras, para a organização das mesmas será constituída: uma comissão executiva (composta por dirigentes da Câmara Municipal de Torres Vedras e da empresa municipal Promotorres, que terá como missão preparar, organizar e coordenar as atividades); e uma comissão consultiva (composta por individualidades da sociedade civil, nomeadamente por representantes das associações carnavalescas locais e por um número previamente determinado de outras personalidades de reconhecido mérito e relevância para o Carnaval de Torres Vedras, que acompanhará a planificação e a execução das ações a levar a cabo), a que estará afeta uma subcomissão científica e cultural (composta por professores e investigadores, que garantirá o rigor científico e o interesse cultural das diversas atividades que serão realizadas). De referir também que está ainda previsto, para as comemorações do Centenário do Carnaval de Torres Vedras, a constituição de uma comissão de honra.
Na sessão de apresentação do plano para as referidas comemorações, antes da comunicação de Rui Brás, usou da palavra Ana Almeida (técnica do Centro de Artes e Criatividade), que efetuou, na ocasião, uma abordagem histórica ao Carnaval de Torres Vedras, na qual fez referência às diversas fases do evento: o seu prelúdio (no início do século XX, com as sátiras ao franquismo e às incursões das tropas monárquicas de Paiva Couceiro no norte do país); o seu início (em 1923, como sátira à Monarquia por uma elite urbana republicana local, e com o surgimento do primeiro Rei e a organização do primeiro corso); a sua transformação em “cartaz turístico” (nos anos 30, em que foi promovido como o melhor Carnaval do país); a sua intermitência (nas décadas de 40 e 50, em que não foi organizado em alguns anos, o que se explica em parte pela ocorrência da II Guerra Mundial); a sua revitalização (nas décadas de 60 e 70, com uma organização regular e uma adesão popular crescente); a sua mediatização (nas décadas de 80 e 90, com uma intensa cobertura pelos órgãos de comunicação social); e a sua patrimonialização (no século XXI, com o Município de Torres Vedras a assumir a organização e com a atribuição da classificação de património imaterial nacional).
Já na fase final da sessão de apresentação do Plano para as Comemorações do Centenário do Carnaval de Torres Vedras usou da palavra a presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Laura Rodrigues, que afirmou na sua intervenção encarar “com muita positividade, muito interesse e muita determinação” todo o trabalho que será desenvolvido para assinalar a efeméride, tendo deixado um repto aos torrienses para que se envolvam no processo de conceção do programa comemorativo da mesma. “Queremos que esta comemoração seja feita e sentida por todos os torrienses”, já que o Carnaval de Torres Vedras “é de todos os torrienses e feito por todos os torrienses”, declarou, na ocasião, Laura Rodrigues.
De referir que será criada uma plataforma online e serão organizadas sessões participativas para que a população possa deixar as suas sugestões e contributos para a construção do programa comemorativo do Centenário do Carnaval de Torres Vedras.