Francisco Mota Saraiva, sob o pseudónimo literário de Francisco Saraiva, sagrou-se vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís 2023, com a sua obra "Aqui Onde Canto e Ardo". Este galardão, dotado de um prémio pecuniário de 10 mil euros, é atribuído em homenagem à icónica escritora portuguesa e garante a publicação do romance através da Editorial Gradiva, em parceria com a Estoril Sol desde 2008.
O júri, presidido por Guilherme D`Oliveira Martins, elogiou em ata a narrativa que retrata a trajetória de uma família ao longo do século XX, atravessando três continentes: Ásia, África e Europa. A obra foi destacada pela sua riqueza vocabular e maturidade estilística, com referências à cultura literária ocidental.
Nascido em Coimbra em 1988 e residente entre Cascais e Lisboa, Francisco Mota Saraiva é licenciado em Direito pela Universidade Nova de Lisboa e detém um Mestrado em Direito e Gestão. Além da sua carreira como jurista e consultor, a escrita tem sido uma constante na sua vida. Em 2021, recebeu uma bolsa de criação literária do Ministério da Cultura, na categoria de prosa e narrativa, que contribuiu para a concretização da obra premiada.
Saraiva partilha que a sua paixão pela leitura começou na infância, incentivado pelo seu pai. A sua jornada literária foi moldada por influências de escritores nacionais e internacionais, bem como pelo cinema e pela pintura. O autor descreve o seu estilo como confuso e enigmático, mas digno, evidenciando uma evolução constante.
"Aqui Onde Canto e Ardo" é uma composição de narrativas entrelaçadas, explorando temas como a morte, a fragilidade humana e as relações marcadas por diferenças sociais e raciais. O livro é um testemunho da capacidade humana de enfrentar a sua condição fatal.
O júri do Prémio, além de Guilherme D`Oliveira Martins, incluiu José Manuel Mendes, Maria Carlos Gil Loureiro, Manuel Frias Martins, José Carlos de Vasconcelos, Liberto Cruz, Ana Paula Laborinho e Dinis de Abreu. O Prémio, que não define limite de idade para os concorrentes desde 2016, destina-se a autores portugueses sem obras publicadas no género.