Nasce no histórico bairro dos Batocos, em Bragança, em frente à Praça Camões, antigo mercado municipal, a Pregaria do Tuga, que promete recriar sabores com memórias.
Luís Portugal é o chef inconformista que insiste em recriar sabores e memórias do seu tempo de menino, enquanto crescia à volta dos tachos com as suas tias.
A tia Julieta, que vivia nos Batocos, em Bragança, é a inspiração para a Pregaria do Tuga, que nasceu, precisamente, em frente ao antigo mercado municipal, onde em tempos funcionava o Talho Cachimbo, local onde comprava a melhor carne e ouvia histórias que condimentavam o paladar em cada refeição.
O conceito do novo espaço do chef, que possui a Tasca do Zé Tuga em pleno castelo de Bragança, é a simplicidade aliada à qualidade e à criatividade.
“Quem me viu nascer, vê-me crescer”, refere o chef que desafia a gastronomia tradicional, sem nunca perder o fio condutor da inspiração original. “Recordo a minha tia a assar sardinhas no braseiro e a usar a mesma grelha para assar a carne de reco. Quando estávamos doentinhos, eu e os meus primos, a tia Julieta fatiava o bife muito fininho, para nós conseguirmos comer”, conta.
Na Pregaria do Tuga o chef vai servir prego no pão, “sem descurar a qualidade máxima do bife raspado”, bolinhos de bacalhau, tremoços e azeitonas, cachorros com salsicha fresca e três tipos de batata (batata palha, batata palito e pala-pala). Serve francesinhas, com molho feito no pote. O pão será sempre artesanal, com o sabor de outros tempos. E depois há a Lataria, o espaço dedicado às conservas nacionais, onde o cliente pode escolher uma lata de sardinhas, petinga ou mexilhão, “que eram tantas vezes a refeição quando não havia tempo para cozinhar”, recorda.
Luís Portugal decidiu apostar na criação de uma Pregaria, que é a primeira na cidade de Bragança, também em homenagem a esta iguaria com enorme peso na memória gastronómica do país. O prego no pão é uma refeição rápida que pode ser encontrada em qualquer café ou tasca.
A origem desta refeição, para muitos considerada um verdadeiro petisco, remonta ao final do século XIX, à Praia das Maçãs, uma pequena localidade do concelho de Sintra, onde um taberneiro local, Manuel Dias Prego, começou a fatiar a vitela, frita ou assada, e a servi-la no meio do pão, acompanhada com um copo de vinho.
Pela facilidade da preparação e pelo intenso sabor, a sandes rapidamente foi batizada com o nome do autor e se tornou popular por todo o país.
O “Tuga”, como também é conhecido Luís Portugal, quer surpreender, e ainda que não tenha o Talho Cachimbo para comprar a carne da sua memória, tem a garantia da qualidade da carne de vitela mirandesa, raça autóctone e certificada, que garante máximo sabor.
Comunicador nato Luís Portugal também não deixará faltar as histórias da sua tua Julieta, dos Batocos e dos batoqueiros, onde e com quem cresceu, acrescentando à experiência gastronómica a alegria e animação capazes de gravar memórias com o sabor, que só têm os bons momentos. “Todos gostamos de regressar ao sítio onde fomos felizes, eu regresso aos Batocos e os meus clientes, depois de experimentar, irão regressar à Pregaria do Tuga”, diz.
Recordamos que Luís Portugal, apesar de ser um amante da cozinha e da gastronomia desde criança, apenas se dedicou à arte já em idade adulta, já com 40 anos, depois de uma experiência no Master Chef Portugal que lhe mudou a vida. Na primeira edição deste programa foi o segundo classificado. Mais tarde, na edição Master Chef Portugal Especial Natal 2020, foi o vencedor. Nessa altura já tinha a Tasca do Zé Tuga, um espaço de alta cozinha situado no Castelo de Bragança que ano após ano tem conquistado diversos reconhecimentos, nomeadamente do Guia Michelin que lhe atribui por três anos consecutivos o selo Bib Gourmand, que recolhe a relação qualidade preço.
Com a Pregaria do Tuga Luís não procura títulos para colar na porta, quer clientes que, verdadeiramente, saibam reconhecer a beleza de um momento de partilha de um prego no prato, ou até um simples pires de tremoços acompanhados por um bom vinho ou uma cerveja artesanal. “Na simplicidade vive a beleza”, remata.