Mais de quarenta atividades, entre passeios pedestres, workshops, aulas de botânica e experiências gastronómicas e enoturísticas, realizam-se, no final de março, no Arrábida Walking Festival 2022, no Parque Natural da Arrábida, zona de Setúbal.
O evento, organizado pela Biotrails em parceria com as câmaras municipais de Palmela, Sesimbra e Setúbal, reforça, nesta segunda edição, subordinada ao tema “No trilho da flora”, a cumplicidade entre o turismo de natureza, o lazer e o bem-estar.
“O festival tem mais do que a intenção de caminhar pela natureza. Tem a intenção de partilhar conhecimento. E há tanto para aprender e partilhar sobre este parque natural”, sublinhou José Cunha, da Biotrails, na apresentação oficial do evento, esta manhã, na Quinta de Alcube.
A lista de caminhadas inclui 18 propostas que exploram diferentes vertentes e locais da Serra da Arrábida, tanto diurnas como noturnas e com graus de intensidade que variam entre baixo, médio e alto, sendo que a lista de sugestões fica mais extensa ao se incluírem propostas pensadas para crianças, rotas complementares, visitas a adegas, workshops de gastronomia e fotografia e passeios desenhados especificamente para pessoas com deficiência visual.
À imagem da primeira edição, o Arrábida Walking Festival (AWF) mantém a “Grande Rota Arqueológica” como o tema catalisador para as caminhadas mais desafiantes do programa, uma vez que, “apesar de não ser o tema central do evento, não é possível ignorar a importância dos vestígios arqueológicos no Parque Natural”, sublinhou José Cunha.
O festival conta com a colaboração de diferentes especialistas em flora, responsáveis por muitos dos conhecimentos a partilhar com os participantes durante os passeios, como são os casos da Sociedade Portuguesa de Botânica, representada esta manhã por Susana Tápia, de Francisco Rasteiro, do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul, e do especialista em orquídeas silvestres da Arrábida Armando Frazão.
O vereador Pedro Pina, em representação da Câmara Municipal de Setúbal, salientou a importância do trabalho desenvolvido a nível regional de promoção do Território Arrábida. “Este projeto não será único. Há outros. Mas este dá a mostrar a importância desta serra.”
O autarca acrescentou que o concelho tem “um olhar integrado” e que a serra é um espaço partilhado com os municípios de Palmela e Sesimbra. “Não é por acaso que são estas autarquias a participar nele. São estas autarquias que acreditam neste território e no seu potencial.”
Estratégia comungada pelos parceiros na organização do evento, com o vice-presidente e vereador do Turismo da Câmara de Palmela, Luís Miguel Calha, a frisar que o AWF representa uma oportunidade para “conhecer a cultura e a forma de viver” da região, reforçando que “são projetos como este que ajudam a concretizar a visão que está definida para este território”.
A primeira edição, realizada em 2021 em condições mais restritas do que as atuais, devido à gravidade da pandemia que se vivia na altura, praticamente esgotou e a segunda, a decorrer nos dias 25, 26 e 27 de março, já tem várias atividades com as reservas todas preenchidas.
“É um projeto para continuarmos. Com os três municípios envolvidos, propõe desafios de campo que dão a conhecer todo um território que merece ser descoberto”, salientou Jonas Cardoso, assessor na área do Turismo da Câmara Municipal de Sesimbra.
José Cunha, da Biotrails, acrescentou que, “na tentativa de proporcionar uma oferta mais completa, além das caminhadas, conjuga-se património e gastronomia, o que se tem revelado uma receita muito interessante e atrativa para o público, traduzindo-se na grande procura que se tem registado”.
A edição de 2022, focada no tema “No trilho da flora”, constitui uma oportunidade para ver e ficar a conhecer algumas das 1400 espécies de plantas que se encontram no Parque Natural da Arrábida, 22 das quais consideradas exóticas e 102 com características medicinais e aromáticas.