No último dia 29 de maio, a aldeia de Meca retomou uma das suas mais antigas tradições, a bênção do gado. Por volta das 13h00 da segunda-feira, os habitantes de Meca, juntamente com visitantes curiosos e membros do executivo municipal, presenciaram esta procissão singular, cujas raízes se perdem no tempo e que sempre procurou salvaguardar tanto as pessoas como os animais participantes de eventuais enfermidades, nomeadamente a raiva.
A cerimónia de bênção do gado é um marco das festividades em honra de Santa Quitéria de Meca, detendo um papel de destaque nestas celebrações. O cerimonial requer que os animais, conduzidos pelos seus respectivos donos ou pastores, circundem por três vezes o cruzeiro localizado na praça da igreja. Nesse local, o padre, munido da caldeira com água benta e do hissope, asperge os animais que se movem vagarosamente em torno dele.
Nos anos 50, esta celebração atraía criadores de gado do Ribatejo e do alto Alentejo, que traziam consigo grandes manadas de cavalos e de bovinos, proporcionando um cortejo repleto de esplendor e diversidade animal. Apesar de atualmente haver menos agricultores e, consequentemente, menos animais, a tradição mantém-se viva. As pessoas reúnem-se nesta ocasião, invocando a proteção de Santa Quitéria.